BELAS E AMEAÇADAS
Neste finalzinho de novembro, guiando os amigos Nelson Cabral e Jaime Cano, do interior de São Paulo, tivemos o privilégio de observar algumas das joias raras e ameaçadas de extinção que habitam os campos limpos do Parque Nacional da Serra da Canastra.

São aves extremamente sensíveis a qualquer alteração no ambiente, pois se especializaram ao longo de milhares de anos a sobreviver nos campos limpos com capim nativo. Infelizmente a agricultura avança impiedosa. No entorno do parque, aparecem cada vez mais lavouras de soja, milho, batata, pontos de mineração... e os campos nativos vão cedendo lugar às máquinas e a exploração humana. O Parque Nacional da Serra da Canastra constitui um reduto para espécies cujo habitat se encontra cada vez mais reduzido.

O campainha-azul, ave endêmica dos campos rupestres do Brasil, figura com o status de "quase ameçada" na lista da IUCN.
Neste período do ano (outubro a dezembro) as aves ficam mais ativas, e se tornam maiores as chances de encontrar espécies incomuns em outras épocas, como o andarilho (Geosita poeciloptera), o caminheiro-grande (Antus nattereri), o galito (Alectrurus tricolor) e o tico-tico-de-máscara-negra (Coryphaspiza melanotis) todas listadas pela IUCN - International Union for Conservation of Nature, como ameaçadas de extinção.

Caminheiro-grande (Anthus nattereri) espécie ameaçada de extinção e de difícil observação em outras épocas do ano.
Andarilho (Geositta poeciloptera) ameaçado de extinção, costuma pousar no topo de pedras e cupinzeiros, de onde executa voos de exibição com batidas de asas sincronizadas .
O tico-tico-de-máscara-negra, também ameaçado de extinção pela destruição dos campos limpos em que habita, é uma das mais simpáticas aves do parque.
Ver o voo singular do ameaçado galito ainda é um privilégio para poucos aventureiros dispostos a desbravar um de seus últimos redutos.
Típico das áreas de camporupestre com pedras expostas e arbustos pequenos, o campainha-azul (Porphyrospiza caerulescens) cujo macho ostenta um azul vibrante (caerulescens signfica "da cor do céu" em latim) figura na lista da IUCN como quase ameaçada, e costuma aparecer pela manhã dos dias ensolarados, proporcionando oportunidade de belas fotografias.


Durante a reprodução o macho do campainha-azul canta em um poleiro próximo ao ninho para delimitar o território.
Ainda tivemos a sorte de encontrar um tamanduá-bandeira (Mymercophaga tridactyla) que não se importou com nossa aproximação e se deixou fotografar com muita calma.
Nelson e Jaime fotografam o tamanduá-bandeira em seu ambiente natural.
Vimos ainda um lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), uma raposa-do-campo (Pseudalopex vetulus) e um veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus), que cruzou a estrada principal do parque bem na nossa frente.
O veado-campeiro cruzando calmamente a estrada parque.
Nelson e Jaime puderam constatar de perto toda a riqueza de vida selvagem protegida pelos limites do Parque Nacional da Serra da Canastra.
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