"Lifer" é o termo utilizado pelos birdwatchers para designar uma espécie de ave observada pela primeira vez. O termo deriva de "life list", lista pessoal, em inglês, na qual o observador registra cada nova espécie observada e assim vai construindo a lista das aves vista ao longo da vida.
No Brasil, a palavra lifer pode ser usada para contabilizar somente as espécies fotografadas pela primeira vez, como faz o Geraldo Luiz, do interior de São Paulo, a quem tive a grata oportunidade de acompanhar neste final de maio, durante dois dias fotografando aves no Parque Nacional da Serra da Canastra.
Geraldo, que já contava com uma lista de 238 espécies fotografadas pôde acrescentar mais 30 novos registros à sua life list, e isso em apenas dois dias na Canastra!
Geraldo trabalha em parceria com sua simpaticíssima esposa Neusa, que auxilia na localização e identificação das espécies, anotando na caderneta e organizando com carinho cada novo registro feito.
Apesar da época do ano não ser a mais propícia, conseguimos algumas "jóias" do cerrado, desejadas pelos mais experientes observadores de aves, como o tico-tico-de-máscara-negra (Coryphaspiza melanotis), papa-moscas-do-campo (Culicivora caudacuta), patativa (Sporophila plumbea), bandoleta (Cypsnagra hirundinacea), cigarra-do-campo (Neothraupis fasciata), papagaio-galego (Alipiopsitta xanthops), águia-chilena (Geranoaetus melanoleucus) e águia-cinzenta (Urubitinga coronata), entre muitos outros.
Foi muito gratificante ver Geraldo e Neusa trabalhando em perfeita harmonia em um ambiente tão singular como os chapadões e campos floridos da Canastra.
Além das maravilhosas espécies registradas, fica o exemplo de que o birdwatching é uma atividade fantástica, que pode ser praticada por todos, inclusive casais, como Geraldo e Neusa, que já descobriram os encantos da observação a dois.